Requisitos do Selo Ouro
Kit do Selo de Usabilidade e Acessibilidade
Última atualização: 04-03-2020
Testes de Usabilidade
Para obter o Selo Ouro, além dos procedimentos descritos para o Selo Bronze e para o Selo Prata, as entidades deverão apresentar prova da realização de testes com utilizadores.
Este nível está também alinhado com a recomendação constante na metodologia sugerida pelo Decreto-Lei n.º 83/2018 no artigo 9.º, n.º 1, alínea c):
- "1. Para os sítios Web, as entidades referidas no artigo 2.º devem adotar os seguintes procedimentos de monitorização:
- (...)
- c) Testes de usabilidade com pessoas com deficiência, dos quais devem fazer parte como objeto de análise, pelo menos, uma tarefa e uma tipologia de utilizadores."
1. Escolha de utilizadores
Nos testes com utilizadores deve participar, no mínimo, um bloco de 6 utilizadores, dos quais 2 pessoas com necessidades especiais.
O conceito de necessidades especiais deve ser entendido circunscrito às necessidades especiais na utilização de um dispositivo de acesso à informação digital (e.g. computador, tablet, smartphone, smartwatch, ...), conforme as Declarações de desempenho funcional constantes da Norma Europeia EN 301 549, a qual suporta tecnicamente o DL n.º 83/2018, de 19 de outubro - acessibilidade dos sítios web e das aplicações móveis de organismos do setor público.
No conceito de utilizadores com necessidades especiais incluem-se pessoas com deficiência ou incapacidade que façam uso de tecnologias de apoio no acesso ao computador ou a outro dispositivo de acesso à informação digital, nomeadamente leitores de ecrã (software usado por pessoas cegas para aceder à informação digital via sintetizador de fala ou via dispositivo braille), software de ampliação de ecrã (usado por pessoas com baixa visão para ampliar o ecrã), software de varrimento, manipulos, software de reconhecimento de voz ou dispositivos apontadores alternativos ao rato (usados por pessoas com problemas neuromotores graves com dificuldade ou mesmo impossibilitados de controlar os membros superiores).
Incluem-se ainda no grupo das pessoas com necessidades especiais, pessoas surdas e pessoas com deficiência ou incapacidade intelectual. Cada uma das tipologias anteriormente referenciadas, quando presentes na amostra, deve ser representada, no mínimo, por 2 participantes.
Cada bloco de testes deve conter, no máximo, 5 ações principais do sítio Web.
2. Protocolo Adequado
O teste deve focar-se nas principais funções do sítio Web e ser comum a todos os utilizadores. No caso de utilizadores com necessidades especiais, o protocolo deve ser aplicado no seu local de trabalho/consulta habitual, usando as tecnologias de apoio habituais e com as configurações personalizadas pelo próprio participante, nomeadamente, e a titulo de exemplo, o uso do ampliador de carateres ZoomText, com ampliação de 5 vezes, visualização em ecrã completo, inversão de cores e que usa o Internet Explorer para navegar na Web (cenário hipotético de teste de um utilizador com baixa visão), ou o uso do leitor de ecrã JAWS 20, com o navegador Web Firefox e um computador ligado a uma linha braille.
São dezenas as combinações possíveis que poderão servir de cenário a um teste e sabe-se que a alteração na combinação-tipo a que o utilizador está habituado tem impacto no desempenho dos testes a realizar. É isto que leva os especialistas de usabilidade a abandonarem os seus laboratórios e a deslocarem-se a casa, ao local de trabalho ou a um ambiente com configurações de acesso perfeitamente controladas pelos participantes com necessidades especiais.
3. Protocolo de Testes sem Viés
O teste procurará não influenciar as opções do utilizador e não deverá fornecer pistas sobre a realização das tarefas, incluindo termos usados. Sempre que apropriado deve ser solicitado aos participantes que verbalizem o que estão a pensar enquanto desempenham a sua tarefa no sítio Web.